Por que o plano de recuperação econômica apresentado pelo governo é uma péssima ideia
O "Plano Marshal Brasileiro 3.0"
Por Lucas Ribas Vianna
Propaganda da política representa toda a diversidade étnica brasileira |
No texto de ontem do blog, o colunista Manuel Vieira apresentou o plano de retomada da economia proposto pelo governo de Minas Gerais, com todas as absurdidades e o total descolamento da realidade na qual o estado se encontra dentro da crise do coronavírus.
Antes mesmo do plano de Minas ser lançado, a governo federal já havia apresentado o seu projeto de recuperação econômica.
No dia 22 de abril, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Neto, apresentou o plano à imprensa com um detalhe: nenhum integrante da equipe econômica do governo estava presente na ocasião, o que mostrou o atrito dentro dos ministérios da Casa Civil (que representa os interesses militares) e o ministério da economia. A apresentação foi digna de seriado de comédia pastelão, contendo no total 7 slides, gráficos espíritas e nenhum dado real.
Antes mesmo do plano de Minas ser lançado, a governo federal já havia apresentado o seu projeto de recuperação econômica.
No dia 22 de abril, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Neto, apresentou o plano à imprensa com um detalhe: nenhum integrante da equipe econômica do governo estava presente na ocasião, o que mostrou o atrito dentro dos ministérios da Casa Civil (que representa os interesses militares) e o ministério da economia. A apresentação foi digna de seriado de comédia pastelão, contendo no total 7 slides, gráficos espíritas e nenhum dado real.
Muito vago e sem medidas concretas, o plano prevê um gasto de mais de 300 bilhões de reais em obras de infraestrutura e desenvolvimento, buscando, primordialmente, amenizar os números do desemprego que certamente terão forte alta nos próximos meses. Mas será que esse deve ser o caminho a ser seguido? Os impactos dessa política serão realmente positivos?
Gráfico espírita do Pró Brasil : projeta crescimento sem nomear os eixos e sem apresentar explicações |
Experiências passadas
Não é a primeira vez que o governo brasileiro apresenta um projeto desenvolvimentista para estimular a economia. Entre os anos de 1972 e 1974, o governo militar de Médici implementou o Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) e em 2007 o PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) foi iniciado pelo governo do então presidente Lula. Ambos os projetos tiveram suas especificações mas, em suma, prezavam por uma coisa: o aumento do gasto público em obras de infraestrutura visando desenvolver a economia brasileira.
O que a história nos diz é que devemos nos afastar de políticas semelhantes as duas citadas acima. Os gastos megalomaníacos do governo militar nos anos 70 desencadearam na chamada "década perdida", no qual a economia brasileira passou por um período de hiperinflação e endividamento externo, cujos valores se tornaram inconcebíveis e resultando no caloteamento da dívida.
O PAC rompeu com a política de responsabilidade fiscal do primeiro governo petista, sendo um legado do tripé macroeconômico da gestão FHC. Os gastos com a infraestrutura seguiram até onde foi possível, secando primordialmente em 2013, sendo um prenúncio do período de 2014 até 2016, o qual se apresentou como a pior crise já observada na economia brasileira em toda história.
Todas esses morbos econômicos causados não se explicam de maneira alguma pela melhoria de aspectos sociais, uma vez que índices de desigualdade e pobreza não responderam a esses gastos públicos. É importante salientar que o gasto discutido aqui é o em infraestrutura para aquecer a economia, pois existem politicas de assistencialismo encontradas no governo Lula que comprovadamente se mostraram eficientes em reduzir as desigualdades sociais e econômicas, como o aprimoramento do Bolsa Família.
O que a história nos diz é que devemos nos afastar de políticas semelhantes as duas citadas acima. Os gastos megalomaníacos do governo militar nos anos 70 desencadearam na chamada "década perdida", no qual a economia brasileira passou por um período de hiperinflação e endividamento externo, cujos valores se tornaram inconcebíveis e resultando no caloteamento da dívida.
O PAC rompeu com a política de responsabilidade fiscal do primeiro governo petista, sendo um legado do tripé macroeconômico da gestão FHC. Os gastos com a infraestrutura seguiram até onde foi possível, secando primordialmente em 2013, sendo um prenúncio do período de 2014 até 2016, o qual se apresentou como a pior crise já observada na economia brasileira em toda história.
Todas esses morbos econômicos causados não se explicam de maneira alguma pela melhoria de aspectos sociais, uma vez que índices de desigualdade e pobreza não responderam a esses gastos públicos. É importante salientar que o gasto discutido aqui é o em infraestrutura para aquecer a economia, pois existem politicas de assistencialismo encontradas no governo Lula que comprovadamente se mostraram eficientes em reduzir as desigualdades sociais e econômicas, como o aprimoramento do Bolsa Família.
Críticas e dúvidas
Para o bem da nação, o Pró Brasil dificilmente terá relevância para o governo Bolsonaro e ficaria surpreso se alguma de suas ações fossem implementadas. A equipe econômica do governo, logo após a apresentação do plano, fez diversas críticas, incluindo o apelido de "Dilma 3". O que se viu nas semanas seguintes foi um esquecimento proposital do projeto, com Paulo Guedes dando muito pouco palanque para a discussão, a qual é totalmente destoante das ideais liberais do ministro da economia.
Do governo do presidente Bolsonaro, contudo, não se deve esperar coerência e embasamento. O futuro é muito incerto e se tem a noção que o governo deve agir fortemente para o enfrentamento da crise. Caso esse governo tivesse alguma preocupação e noção científica, haveria um esforço maior em políticas tal qual o auxílio emergencial (tema já debatido no blog), de modo que evidências científicas vem mostrando que a transferência direta de renda é mais efetiva que o aumento do gasto público, no que se refere ao enfrentamento de crises e superação de cenários de pobreza e desigualdade.
Interessante!!!
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