Instituições Fracas e Suas Consequências
Manifestação #BlackLivesMatter nos EUA |
Como em 2020, séc XXI, ainda temos que discutir sobre democracia, ou movimentos antifascismo [1]? A evolução tecnológica nos dá a impressão de que estejamos de fato evoluindo como sociedade. No entanto, o que aparenta ser uma grande evolução, vemos que ainda temos muito no que trabalhar. A vivência histórica entre os povos tem efeitos diferentes quando a pauta são questões tecnológicas e sociais. No âmbito tecnológico os dados históricos sempre são mantidos como base para um progresso, porém quando tratamos de questões sociais o efeito não é tão bom quanto o tecnológico, o maior exemplo disso é o cenário atual, homens indo ao espaço (ciência avançada) [2] enquanto temos que diminuir movimentos fascistas na sociedade. De alguma forma, o avanço tecnológico ofusca(va) o caos social, pelo menos quando damos uma visão macro da vida desenvolvida. Ps: assista o 5º ep da 4ª temporada de Rick and Morty, dá um corte exatamente sobre isso.
Nessas
duas últimas semanas começamos observar as movimentações ativistas nos Estados
Unidos e no Brasil. No primeiro caso, as movimentações são acompanhadas pela
frase “Black Lives Matter”, essas foram motivadas pela morte de um cidadão
negro pela polícia local por negligência, o falecido era suspeito de fraudes
bancárias, porém o jeito em que foi brutalmente abordado levou à sua morte e à revolta da população. No segundo caso, o cenário é mais caótico, em meio à
crise sanitária estão ocorrendo conflitos políticos, econômicos e, por incrível que
pareça, democráticos, por isso a população se posiciona contra o autoritarismo e,
com o embalo do ativismo norte-americano, contra o racismo. O ato contra o
racismo cabe também ao Brasil que tem vários assassinatos de negros pelo próprio
Estado.
Mas
o que quero quando cito os dois casos? Qual a relação disso com o texto? É
simples, hoje trago a visão de dois economistas que vêm sendo aclamados por
diferentes linhas do pensamento econômico, Daron Acemoglu e James Robinson.
Esses doutores que postaram o livro “Por Que as Nações Fracassam” trazem uma
discussão que é resposta para a crise dos dois países-casos citados. Resumindo
e simplificando o livro de 500 páginas de Acemoglu e Robinson, as nações
fracassam por ter instituições fracas, ou seja, apesar de haver outros aspectos
como geografia e recursos naturais para o progresso de um país, o que mais
importa é ter instituições fortes e capazes de manter o gerenciamento da nação.
Fato curioso e empírico é: nesse momento podemos ver a teoria saindo do papel.
Antes
de entrar em discussão dos dois exemplos. Irei definir o que os autores
interpretam como instituições fracas ou fortes. As primeiras, são organizações
governamentais que são manipuláveis para uma pequena elite da sociedade em
questão, por isso, elas regem a sociedade para sua ruína, seu foco é manter os
interesses dos oligárquicos e não da comunidade. Já as segundas, se tratam daquelas
instituições que iram manter o progresso da sociedade, essas asseguram os
direitos básicos da vida, a propriedade e a segurança da população.
No intuito de ser mais claro sobre as instituições, imagine um governo que sempre é governado no intuito de dar mais vantagens a quem já está no topo. O que podemos concluir dele? Esse governo sempre será desigual, cheio de falhas sociais e sempre haverá guerras entre as classes para que diminua essa exploração. Por outro lado, temos um governo que é governado para todos, sem pré-disposição de ser governado para qualquer tipo de classe, esse proporciona que todos possam fazer as mesmas coisas (abrir empresas, ir em bares ou em qualquer lugar sem barreiras seletivas). O que interpreta-se desse governo? A estabilidade social será maior, a população terá uma aceitação maior e se sentirão mais seguros. Daí, pode se concluir que governos com instituições fortes são essenciais para o desenvolvimento da nação, pois garantem que não haverá riscos àqueles que buscarem investir, crescer e prosperar economicamente.
No intuito de ser mais claro sobre as instituições, imagine um governo que sempre é governado no intuito de dar mais vantagens a quem já está no topo. O que podemos concluir dele? Esse governo sempre será desigual, cheio de falhas sociais e sempre haverá guerras entre as classes para que diminua essa exploração. Por outro lado, temos um governo que é governado para todos, sem pré-disposição de ser governado para qualquer tipo de classe, esse proporciona que todos possam fazer as mesmas coisas (abrir empresas, ir em bares ou em qualquer lugar sem barreiras seletivas). O que interpreta-se desse governo? A estabilidade social será maior, a população terá uma aceitação maior e se sentirão mais seguros. Daí, pode se concluir que governos com instituições fortes são essenciais para o desenvolvimento da nação, pois garantem que não haverá riscos àqueles que buscarem investir, crescer e prosperar economicamente.
Voltando.
As duas situações acima estão ocorrendo por um motivo em comum; instituições
fracas. Tanto nos EUA quanto no Brasil a opressão policial contra a população
negra é realidade. Está polícia supremacista branca ameaça a sobrevivência dos
negros em ambas as nações. Aí está exposto o problema que nos leva ao caos de hoje.
Uma instituição fraca que não consegue garantir a segurança de todos, e pior, é
elitista e claramente racista. Logo, como teremos uma nação forte
economicamente, próspera ou rica, se não é possível assegurar que uma parte
muito grande da população está segura para transitar e investir em
quaisquer lugares simplesmente por causa da sua cor? Claramente não teremos,
e como consequência haverá revoltas para ver mudanças nesses problemas
estruturais, como está sendo agora.
Acrescento
que no Brasil, há mais características de instituições fragilizadas, como os
três poderes que sempre estão envolvidos com casos mirabolantes de corrupção. E que argumentos como "Eu não sou racista" pelos policiais não são válidos, porque isso é maior que as pessoas que a compõe, é sobre as instituições e organizações.
Concluindo
esse texto, o que está sendo feito agora é preciso, necessário e todas as
palavras que consigam remeter à importância desse movimento. Só assim serão feitas as mudanças incisivas para que a sociedade possa prosperar, e segundo os
autores não falhar miseravelmente perante a história. Por fim, pretendo trazer mais sobre esse livro para o blog, sua teoria é importante e merece um espaço de discussão. Justamente por isso, acrescento como
leitura importante o livro do Acemoglu e Robinson.
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